O desafio da inovação e os velhos paradigmas
- 04/11/2015 13h33
- Joseti Marques
- Joseti Marques
Um dos aspectos que mais chamam a atenção no conjunto das demandas que chegam à Ouvidoria é a noção de que o jornalismo da TV Brasil – seja em telejornais ou programas – tem um compromisso de defesa e divulgação dos assuntos do governo federal, configurando-se em uma instância de direito de resposta à comunicação privada, ou, muito ao contrário, que deva assumir uma postura de crítica contumaz ao governo, acompanhando a tendência da mídia privada.
“Por que entrevistar os mesmos políticos que a grande mídia tendenciosa enfatiza? Ontem foram vários da oposição e só um da situação. Será possível?”, diz um telespectador.
Em outra manifestação, a telespectadora reclama: “Assistindo ao noticiário das 21 horas, causou-me muita surpresa a matéria sobre a CPMF, mostrando os patos (sic) no Congresso Nacional e mostrando os argumentos contrários do alto empresariado paulista e não colocando a posição do Governo Federal para contradizê-los. Sinceramente, senhores.”
Por outro lado, há quem considere o jornalismo da TV pública “parcial”, tendendo para o lado do governo, como podemos ver nessa outra manifestação em que o telespectador pergunta “cadê a imparcialidade do jornalismo?”, referindo-se à entrevista com o Ministro Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, no programa Espaço Público:
“Que debate é esse? Sou jornalista e desde que fiz faculdade sempre soube que um debate tem que ter debatedores com diferentes pontos de vista. Falam dos outros canais privados, mas a TV Brasil está fazendo a mesma coisa, mas do lado governo” – reclama o telespectador.
Em outra manifestação, o cidadão indignado com o que considera falta de isenção do noticiário radiofônico Repórter Brasil diz que se sentiu “ouvindo a Voz do Brasil”.
Antes de apresentar seus argumentos, outro leitor pergunta: “Prezados, a Agência Brasil é oficial, certo?”. Errado; a Agência Brasil é pública.
Essa tendência pendular na avaliação do que seja a abordagem dos diversos assuntos pelo jornalismo das emissoras públicas não ocorre apenas com os usuários do sistema; os profissionais que produzem os conteúdos também são, de certa forma, afetados por uma longa história, marcada de forma indelével pelo vínculo com o Estado, que no Brasil se confunde com governo. E fora dessa lógica, com peso ainda maior, o jornalismo instruído pela ordem de mercado.
Não deixam de ter razão os que nos demandam com suas críticas, mesmo quando suas opiniões são diametralmente opostas. Suas reclamações apontam para a urgência de uma definição objetiva e norteadora da linha editorial do que pode vir a ser o jornalismo público, disseminando esse conhecimento entre os que estão na linha de frente da produção de conteúdo dos diversos veículos. E é fundamental que se promovam ações para que o público perceba o que diferencia, na prática das reportagens e programas jornalísticos, a comunicação pública da comunicação privada e da estatal.
Não é uma tarefa simples, se levarmos em consideração o caráter simbólico que cerca o papel do jornalismo na sociedade e, na direção contrária, a percepção que as pessoas têm do que seja “público”, no Brasil. Não é fácil mudar paradigmas e dialogar com símbolos, mas é a isso que se pode chamar de inovação, a que estamos todos convidados desde que a EBC foi criada, há quase oito anos.
O PÚBLICO NA OUVIDORIA
Eficiência e humildade
Antônio Oliveira, de Palmas/TO, é usuário da Agência Brasil e fez uma correção na matéria intitulada "Áreas do Norte e do Nordeste consolidam-se como nova fronteira agrícola". Ao contrário do que foi publicado, ele informa que “não apenas o leste do Tocantins está na região do Matopiba, mas todo ele, o único a integrar com o seu todo a região, por ser mais ou menos 95% de seu território de bioma Cerrado, a contrário dos outros estados que têm apenas percentual entre18% a 38% de Cerrado”.
A Superintendência de Agências e Conteúdos Digitais-Suadi reconheceu a falha e respondeu:
“Você tem razão. Verificamos que, por meio de um acordo técnico entre a Embrapa e o Incra, todo o estado do Tocantins passou a integrar a Matopiba. Corrigimos esse dado na reportagem. Agradecemos seu alerta”.
E quando a Ouvidoria pensou que o assunto estava encerrado, o Antônio enviou uma mensagem para a Suadi, mas que também nos alegrou:
“Obrigado e parabéns pela eficiência e humildade”.
Atirando pra gol
A entusiasmada torcedora Taís Gomes, de Fortaleza/CE, não se conteve ao ver seu time na TV Brasil e mandou essa para a Ouvidoria:
“Ola, tô assistindo o jogo do Fortaleza e Brasil de Pelotas pela TV Brasil, espero que o Leão ganhe, VAI LEÃO! Queria mandar um alô para as pessoas que também estão assistindo no Autran Nunes, Antônio Bezerra e toda a galera que tá ligadinha no jogo! Grande abraço!”
Bateu na trave, Taís! Para mandar recado durante a transmissão dos jogos da Série C do Campeonato Brasileiro tem que enviar mensagem pelo Twitter - @ebcesporte #seriec.
De qualquer forma, a Ouvidoria gostou de receber sua mensagem. Volte sempre!
Até a próxima!
Fale com a Ouvidoria:
Pelo telefone: (61) 3799 5244
E-mail: ouvidoria@ebc.com.br
Twitter: @ouvidoriadaebc
Caixa Postal: 8640/Ouvidoria da EBC
CEP: 70 333-900 – Brasília – DF
Acesse aqui as Colunas anteriores