Colunas da Ouvidoria
- 24/03/2016 16h26
Coluna da Ouvidoria é um espaço de opinião, onde são comentados os aspectos mais relevantes das observações e análises de conteúdo, feitas pela Ouvidoria nos diversos veículos.
Demora na publicação prolonga a vida de Fidel Castro no Portal EBC
Por volta das cinco da manhã deste sábado (26/11), os veículos jornalísticos digitais já estavam informando que o líder cubano Fidel Castro havia morrido na noite da véspera. Desnecessário dizer que, caso não aconteça nada mais retumbante, esta será a principal manchete na imprensa do Brasil e do mundo, não apenas no dia da morte. Na Agência Brasil, até as 9h58 ainda não havia referência ao fato. Passava das 10h e as manchetes na capa do Portal da EBC eram, na maioria, de assuntos do dia anterior e de matérias “frias”, conforme o jargão nas redações. Leia mais.
Sem contextualização, bate-boca não rende como notícia
Para o jornalismo que se pretende diferenciado por ser praticado em veículo do sistema público de comunicação, bate-boca, por si só, não é notícia. Mas não foi esse o entendimento da Agência Brasil, na matéria publicada nesta quarta-feira (16/11), cujo título já demonstra o que a edição considerou mais relevante no assunto: “Gilmar Mendes e Lewandowski batem boca durante sessão do Supremo”. Leia mais
O espetáculo, a notícia e a realidade grotesca dos acontecimentos
A Ouvidoria recebeu uma reclamação sobre a forma como os telejornais da TV Brasil trataram a notícia sobre o tiroteio entre policiais e supostos traficantes na comunidade do Pavão-Pavãozinho, na zona Sul do Rio de Janeiro, na segunda-feira, 10/10. A telespectadora disse estar “chocada em ver que a TV Brasil aderiu ao sensacionalismo e desrespeito aos direitos humanos, posições contrárias ao manual de jornalismo de empresa pública de comunicação”. E afirma: “a cena de uma pessoa caindo de um penhasco em meio a um tiroteio no Rio de Janeiro é muito forte para ser exibida em horário de almoço ou antes do horário nobre da TV. A matéria não adverte o telespectador sobre o teor chocante da cena e ainda foi reprisada, indo ao ar nos dois horários do Repórter Brasil.” Leia mais
Leitor reclama o outro lado da história das antenas de telefonia celular
A Ouvidoria recebeu uma reclamação sobre reportagem feita pela Agência Brasil que aponta diretamente para o diferencial de aprofundamento e independência que se espera da comunicação pública na elaboração das matérias – independência dos interesses de mercado e aprofundamento para melhor esclarecimento dos leitores. Leia mais
A perfeição não é fiadora da credibilidade
A Agência Brasil cometeu um erro. Até aí, nada que não possa acontecer — e acontece — a qualquer veículo de notícias. Mas dessa vez o deslize teve grande repercussão, transformando-se em combustível para o humor característico das redes sociais. O erro inicial se via logo no título: "CNI defende carga de 80 horas semanais para trabalhador brasileiro". A matéria, publicada às 14h21 de sexta-feira (8/7), permaneceu no ar dessa forma até as 15h28 — tempo suficiente para ser republicada por diversos blogs de notícia e versões digitais dos meios impressos. A maioria deles confia plenamente na competência da Agência Brasil e nem se dá ao trabalho de conferir o texto. O tempo decorrido para se retificar a matéria também propiciou a propagação, nos posts de humor da internet, da suposta defesa da carga de 80 horas de trabalho que fora atribuída à CNI. Leia mais
O zepelim gigante e seu cachorro morto
A expressão “chutar cachorro morto”, ditado popular de origem desconhecida, tem a seguinte explicação na enciclopédia livre Wikipédia: “Chega um ponto em qualquer discussão que o próprio debate chega a um fim naturalmente. É possível que você tenha vencido, perdido ou que ele tenha terminado num empate. Neste ponto, é recomendável que você não chute mais o cachorro morto. (...) Caso contrário, se você continuar a chutar o pobre debate, se você tentar reabri-lo, se você continuamente fizer referências àquilo que todos já sabem, se você esfregar seus argumentos na cara dos demais, é muito provável que você, na verdade, não esteja conseguindo influenciar ninguém e nem conseguindo aliados para sua causa, mas certamente estará aborrecendo todos os que são obrigados a aturá-lo”. Leia mais
Presidenta vs. presidente, uma questão ideológica
Nos últimos meses, a Ouvidoria tem recebido mensagens que nos demandam um posicionamento sobre o uso, nos diversos veículos da EBC, da palavra “presidenta”. Até agora, foram 13 manifestações. A mensagem de um telespectador de São Paulo/SP resume as demais que reclamam do uso da palavra no feminino. Leia mais
Apesar das notícias, ouvinte reclama o que é público
A EBC esteve frequentando assiduamente o noticiário dos jornalões durante os dias que antecederam a tragédia perpetrada pelo terrorismo contra 49 pessoas na boate Pulse, em Orlando, nos EUA. À exceção da disputa judicial em torno do mandato do presidente da EBC, Ricardo Melo, as reportagens, em geral, não trazem novidades; repetem apens as mesmas argumentações de matérias antigas, em que se tentava provar que a TV Brasil deveria ser banida do espectro brasileiro da radiodifusão por ter um custo alto de operação e dar “traço” de audiência - eram tempos menos turbulentos e, nessas matérias, a EBC e a comunicação pública sequer eram mencionadas. Leia mais
A entrevista com Dilma Rousseff na TV Brasil
Na semana seguinte à divulgação, pela imprensa, de que a TV Brasil havia feito uma entrevista com a presidenta afastada Dilma Rousseff, a Ouvidoria recebeu dezenas de mensagens de usuários do sistema público querendo saber detalhes, tecendo comentários e perguntando quando a entrevista seria veiculada. Uma telespectadora, por exemplo, indagou: “Foi anunciada a entrevista com a Presidente Dilma e está passando Samba na Gamboa. Vai ou não vai ter a entrevista com Dilma? Quero assistir”. Leia mais
“A TV chapa-branca” é o título de um texto de opinião publicado em 07/6 pelo jornal O Estado de S. Paulo, o Estadão, em que a Ouvidoria da EBC é criticada, a partir do texto da Coluna da Ouvidoria de 3/6, publicada no Portal da EBC e na Agência Brasil. Não fossem os equívocos cometidos no texto do Estadão, não haveria motivo para a manifestação pública da Ouvidoria da EBC, da qual sou titular. Leia mais
A EBC em nota do Jornal Nacional
Ontem (2/6), a EBC foi citada no Jornal Nacional, da TV Globo. Não foi uma notícia a propósito do sistema público de comunicação, mas sobre uma decisão judicial que contrariou a determinação do presidente interino, Michel Temer, de trocar o comando da Empresa Brasil de Comunicação-EBC. Certamente, muitas pessoas ainda não tinham ouvido falar na EBC até aquele momento. Leia mais
Os acontecimentos políticos sempre foram os que mais estimularam o público a procurar a Ouvidoria com suas críticas, questionamentos e comentários. A preocupação que em geral se observa nas mensagens é sobre o equilíbrio ou parcialidade do jornalismo público. E no caso de algum viés sutil, para que lado for, nas reportagens – embora seja indesejável, isso acontece – o missivista reclama em defesa da tendência que considera a mais apropriada de acordo com sua opinião, muitas vezes dando a isso o nome de imparcialidade. Leia mais
A crítica e a mediação no trabalho da Ouvidoria
A cobertura jornalística dos recentes acontecimentos políticos, pela TV Brasil, trouxe de volta uma discussão recorrente nos veículos públicos – a necessidade de um planejamento editorial que trate os temas políticos com mais equilíbrio, levando em consideração o interesse do público por informação qualificada e esclarecedora, sem proselitismo, diante de um contexto cada vez mais conturbado. Leia mais
Ensaio de orquestra, ou seis por meia dúzia na mídia pública
No sábado, 16/4, a TV Brasil transmitiu um programa de comentários políticos, ancorado pelo jornalista Paulo Moreira Leite. O cenário era uma parte dos painéis de fundo do programa Palavras Cruzadas, que é apresentado pelos jornalistas Paulo Markun e Tereza Cruvinel, às quartas-feiras. Não há como evitar essa observação, porque o improviso – e não apenas do cenário – denuncia a falta de planejamento para uma das pautas mais importantes das últimas décadas. Uma pauta óbvia desde dezembro do ano passado, quando o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acolheu o processo pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Leia mais
Entre o público e a plateia nas manifestações
No dia 31 de março, durante a transmissão das manifestações contra o impeachment, uma telespectadora, indignada, telefonou para a Ouvidoria e disparou seu inconformismo diante de um comentário que estava sendo feito ao vivo, naquele exato momento, de uma das bancadas da TV Brasil. O comentário tecia uma comparação entre o perfil dos participantes da manifestação do dia 13 de março, a favor do impeachment, e os que estavam naquela manifestação. Leia mais
O implícito na produção da notícia
As regras técnicas jornalísticas tentam salvaguardar, nem sempre com sucesso, a notícia da interferência subjetiva dos que participam da sua produção – repórteres, editores, pauteiros, redatores. Às vezes, nesse complexo processo de enunciação, o discurso acaba resvalando para o que a teoria classifica como “implícitos” e “subentendidos”, que são formas de “dizer” o que não está escrito, mas que os leitores, telespectadores e ouvintes percebem, às vezes, com muita nitidez. Leia mais
TV Brasil na cobertura dos atos políticos de março de 2016
A questão mais sensível para a comunicação pública, aqui representada pelos veículos geridos pela Empresa Brasil de Comunicação–EBC, tem sido, e podemos dizer que sempre foi, a abordagem jornalística dos fatos que afetam o governo ou a ele dizem respeito, quer sejam positivos ou negativos. Historicamente, o público costumava reclamar à Ouvidoria usando a expressão “chapa-branca” para definir suas impressões, considerando que muitas reportagens privilegiavam as autoridades, em detrimento dos fatos que a elas estavam relacionados. Em muitos casos, a Ouvidoria concordou com a avaliação dos reclamantes, classificando esse tipo de abordagem da pauta como “oficialista”. Leia mais
Leitor interpela Ouvidoria sobre artigo na Coluna
A Ouvidoria recebeu uma manifestação do leitor Renato Lazzari, de São Paulo, capital, sobre o artigo "Jornalismo público e a busca da verdade no palheiro das versões”, publicado na semana passada, na Coluna da Ouvidoria. Primeiramente, agradeço a leitura e atenção dos comentários e peço licença para compartilhar a resposta com os demais leitores, já que alguns aspectos levantados pelo Renato podem ser preocupação comum a todos que se interessam pela comunicação pública. E para começar a conversa, vamos esclarecer alguns pontos. Leia mais
Jornalismo público e a busca da verdade no palheiro das versões
O jornalismo na mídia pública é um vir a ser, ainda tentando encontrar um meio termo que possa chamar de seu, diferenciado das práticas às quais, de berço, se contrapõe. Ser pública significa, grosso modo, não ser estatal, nem comercial e privada. Mas haveria, para além disso, um território a se conquistar, uma alternativa ao que vem sendo construído desde as primeiras décadas do ano de 1800 como imprensa no Brasil? Leia mais
TV Brasil mostra diferencial e sobe nos índices de audiência no carnaval
A TV Brasil deu um show na Sapucaí. Chamo especial atenção para a transmissão do Desfile das Campeãs, na noite de sábado, 13/02. Não havia excesso de câmeras, efeitos especiais, drones, nem um batalhão de repórteres e cinegrafistas embolando-se entre passistas e foliões. Foi modesto, básico. Mas foi justamente a simplicidade que surpreendeu a plateia – todos puderam ver o desfile como se estivessem lá. Leia mais
Caminhos que passam longe da crise da imprensa
Caminhos da Reportagem é um programa jornalístico exibido pela TV Brasil às quintas-feiras, 22h, e em horários alternativos durante a semana. É uma produção premiadíssima, de qualidade impecável, tanto na forma como trata os assuntos, quanto pelas abordagens adequadas à mídia pública. A Ouvidoria, que tem como uma de suas obrigações fazer a crítica dos conteúdos exibidos nos veículos da EBC, costuma afirmar que o elogio é importante, mas contribui menos do que a crítica para o investimento em qualidade. Leia mais
Público avalia prestação de serviços da Ouvidoria da EBC em 2015
No final de 2015, a Ouvidoria fez uma pesquisa de satisfação sobre o serviço prestado ao longo do ano. Enviamos 541 formulários às pessoas que nos escreveram para tratar de assuntos diversos relacionados a conteúdo dos veículos da EBC – com críticas, elogios, comentários, pedidos de informação. Dos formulários enviados, recebemos resposta a pouco mais de 21%, perfazendo um total de 115 respondidos. Uma pequena amostra, mas com elementos sugestivos sobre a percepção dos usuários do sistema público sobre o serviço de Ouvidoria e, como acréscimo, sobre os veículos da EBC. Leia mais
Velhos problemas que afetam a relação da TV Brasil com o público
O ano é novo, mas persistem velhos problemas que afetam negativamente a imagem e a relação da TV Brasil com seu público. O telespectador José Carlos Alexandre, de Belo Horizonte, Minas Gerais, escreveu para a Ouvidoria para saber se ainda iria ao ar a entrevista - que havia sido anunciada, mas não aconteceu - com a historiadora Anita Leocádia Prestes, no programa Observatório da Imprensa. Leia mais
Nesta primeira coluna de 2016, fazemos uma prestação de contas resumida do trabalho da Ouvidoria e da participação do público no ano que passou. Após apresentação ao Conselho Curador, um relatório completo e detalhado vai ser publicado na página da Ouvidoria; vamos divulgar a informação também nesta Coluna e no twitter: @ouvidoriadaebc. Leia mais
Acesse aqui o arquivo das colunas
CEP: 70.333-900 – Brasília – DF