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Caminhos da Reportagem traça um panorama sobre a juventude contemporânea

  • 13/12/2016 14h22
  • Gecom


Programa traz um encontro de gerações e mostra como os jovens encaram o futuro

O Caminhos da Reportagem desta quinta (15), às 20h30, na TV Brasil, conversa com jovens para tentar entender como essa geração se relaciona, quais são suas percepções sobre os estudos, o trabalho, a vida.

É difícil definir a juventude. A pesquisadora do Fundo de População das Nações Unidas, Anna Cunha, pondera. "Será que um jovem branco de classe média urbana tem a mesma experiência, as mesmas oportunidades que uma jovem negra de periferia, de uma trans ou de uma indígena ou ribeirinho?”.

Ainda assim, algumas características são comuns. Esses jovens querem autonomia, liberdade para criar, se relacionar e trabalhar. São imediatistas, ansiosos, participativos e têm uma maneira própria de lidar com as questões políticas, por exemplo.

De forma geral, eles foram formados por famílias mais acolhedoras e valorizam o compartilhamento e as experiências. No Brasil, os jovens representam um quarto da população, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e vivem, principalmente, nas áreas urbanas. A escolaridade aumentou, em relação à geração anterior, mas ainda assim, apenas 16% chegam ao ensino superior.

Mesmo tendo seu próprio tempo, uma geração não se define somente pela idade, mas também pelo contexto social, histórico e político que a compõe. "Nós nunca vamos ter uma geração completamente diferente da anterior, porque a geração que hoje tem entre 15 e 29 anos, por exemplo, ela também convive com os pais, com os avós, com pessoas de outras faixas etárias. Então, ela também é influenciada por essas outras gerações, assim como os mais velhos também são influenciados pelos mais novos", explica Wivian Weller, professora da Universidade de Brasília (UnB).

Atualmente, no entanto, os jovens priorizam a satisfação pessoal, ao contrário de seus pais, que são de uma geração que trabalhava em busca de segurança financeira. Os novos profissionais procuram empresas que investem em bem-estar e no crescimento dos funcionários ou preferem trabalhar por conta própria.

"A gente não tem essa visão de que o trabalho é uma coisa e depois das oito horas de expediente eu vou ser feliz. Tudo tem que ser unido. A gente é feliz enquanto trabalha e trabalha enquanto é feliz", aponta a produtora Julia Hormann na entrevista para o Caminhos da Reportagem.

Depois de passar por estúdios e agências de publicidade, o designer e artista visual Mauro Martins decidiu desenvolver suas atividades em casa, por conta própria. "Como funcionário eu tinha que trabalhar da forma que a empresa acreditava que era o jeito certo. Então eu percebi que muitas vezes eu ficava frustrado porque eu não me sentia aproveitado. Estava me adaptando demais e fazendo de menos o que eu podia fazer de melhor".

A estudante Gabriela Maia Batista busca uma visão de futuro a longo prazo. "É uma questão dessa geração. A minha preocupação é viver o agora, fazer bem e me dedicar ao máximo", opina a aluna de graduação em Psicologia para o programa da TV Brasil.

Os jovens buscam novas formas de se relacionar, de compartilhar experiências e de viver. Para o filósofo e escritor Mário Sérgio Cortella, a sociedade fica marcada pelo tipo de jovem que ela tem hoje e pelo que ele poderá fazer no futuro.

"Se nós formarmos gerações que tenham uma capacidade de competência, decência, vida coletiva, solidariedade, inventividade e inovação, nós teremos uma sociedade que não envelhece, ela apenas vai no tempo", observa Cortella.

"Mas, uma sociedade que castra, sequestra a palavra, a percepção dos seus jovens, ou, por outro lado, os deixa soltos, os deixa indisciplinados, essa sociedade terá como resultado mais adiante a fragmentação da capacidade de vida coletiva e de sucesso", afirma o especialista ao Caminhos da Reportagem da TV Brasil.

Serviço
Caminhos da Reportagem – quinta-feira (15), às 20h30, na TV Brasil