EBC persegue trabalhadores(as) e conselheiros(as) que defendem a comunicação pública

28 de junho de 2018

         Em mais uma medida autoritária e tentativa de intimidação, a Empresa Brasil de Comunicação notificou os sites mantidos pelo Conselho Curador Cassado e pela Comissão de Empregados da empresa. A alegação é o uso da marca da EBC por esses sites, o que confundiria o internauta e traria prejuízo à imagem institucional da EBC, “com veiculação de postagens inverídicas e ofensivas à condução da máquina pública”.

         Ambos os sites são meios de resistência ao desmonte imposto pelo governo Temer à EBC e em defesa da comunicação pública do país. Ambos são utilizados para denunciar os desmandos e arbitrariedades cometidos pela gestão da EBC. Ambos são ligados  à empresa pública e  sua história,  seja o site de memória viva mantido pelo Conselho Curador que foi cassado pela Medida Provisória 477 ou seja o da comissão de empregados da empresa eleitos democraticamente pelo corpo funcional. Após a notificação, foram feitos ajustes para assegurar a manutenção dos sites com seus conteúdos de denúncia e para reafirmar o compromisso inconteste com a luta na defesa de uma EBC pública e plural. Reafirmamos, porém, que a EBC pertence à sociedade e é fruto da luta pela comunicação pública no Brasil, não pertence ao governo de plantão nem é compatível com uma orientação governista e autoritária.

            Além da tentativa de censurar sites, a EBC também é acusada de perseguir lideranças dentro da empresa, como dirigentes sindicais, e distribuir termos de Ajustamento de Conduta (TAC) a funcionários por motivos banais, além de ameaçar ou mesmo aplicar advertência a quem ousa apresentar defesa contra o TAC.

            Os funcionários se mobilizaram e denunciaram o uso político da Agência Brasil, por publicar matérias especulativas e sem apuração. Também passaram a recolher denúncias de  casos de censura no jornalismo da empresa para um dossiê. Foi disponibilizado para tanto o e-mail comissaoempregadosebc@gmail.com. Após a divulgação de tais iniciativas, a gestão da EBC, mantendo sua linha intimidadora, lançou comunicado em que prefere atribuir eventuais cortes às atividades da edição - lançando trabalhadores contra trabalhadores e com isso  eximindo  a gestão da responsabilidade sobre a censura sofrida pelos veículos.

            Por fim, prestamos nossa solidariedade aos colegas da agência pública de notícias da Argentina Télam, que teve 40% de seus trabalhadores demitidos arbitrariamente pelo governo Macri, que já havia promovido o desmonte da Lei de Meios - de democratização da comunicação no país, em mais um golpe contra a comunicação pública na América Latina. Foram 354 funcionários colocados na rua e os demais receberam mensagem considerada ameaçadora.

Membros do Conselho Curador cassado pela MP 744 e ex-conselheiros(as)